Pesquisas internacionais mostram a importância da
boa relação entre dois componentes que antes pareciam condenados a
viver separados: sucesso profissional e vida familiar. É difícil o
primeiro acontecer se o outro não estiver bem. Por mais difícil que seja
conciliar esses dois lados – especialmente para as mulheres, que ficam
com a carga mais pesada na rotina de cuidados com os filhos –, sabe-se
que um não existe sem o outro. Eu mesmo me cansei de ver executivos
ultraqualificados que não deslanchavam na carreira porque eram
frustrados com a vida pessoal e familiar.
Para a pessoa ser feliz, deve primeiro decidir
ser feliz – e isso passa por vários fatores na vida. É importante que
ela esteja bem consigo, com a família, com os amigos, com a saúde, com
seus projetos futuros... Sim, é essencial fazer planos e alimentar os
sonhos. Eles são o combustível para seguir em frente. O “conselho
familiar” também é imprescindível para assegurar tranquilidade na rotina
do profissional.
O chamado burnout, termo que designa o estágio
mais avançado do estresse, é causado especialmente quando a pessoa
trabalha de forma excessiva e abre mão das horas dedicadas à família a
ao lazer. Você sabia que o profissional brasileiro está literalmente no
limite? Na lista dos países em que mais acontece o burnout, ele aparece
apenas atrás do Japão, em um nada honroso, diga-se de passagem, segundo
lugar. Estudo conduzido pela Associação Internacional de Gerenciamento
do Estresse e realizado em oito países revela que, no Brasil, cerca de
30% dos trabalhadores vivem em estado de exaustão física e mental.
No calor da hora, entre uma corrida esbaforida
para chegar ao cliente e uma madrugada para dar conta de um trabalho
acumulado, a pessoa pode até achar que as coisas estão indo bem, e que
trabalhar é isso mesmo: pressão, pressão e mais pressão. Só que esse
esforço descomunal para cumprir toda a agenda começa a mostrar alguns
sinais ao longo do tempo.
São os estragos físicos e emocionais, que
aparecem aqui e ali, sob forma de dores de cabeça, mal-estares,
ansiedade, gastrites, alergias, insônia e depressão. Quando esse quadro
aparece, fica mais difícil revertê-lo. Portanto, vale a pena valorizar
mais a vida familiar e pessoal.
Uma das melhores ferramentas para minimizar o
estresse é o gerenciamento do tempo, que não é mero modismo. Ao definir
prioridades, diferenciando o que é urgente do que é apenas importante, o
profissional consegue organizar todas as tarefas que devem ser
concluídas nos períodos de curto, médio e longo prazos. Dessa forma, o
tempo administrado permite espaço para a convivência com a família, para
os cuidados com a saúde, para o lazer, para o lado espiritual. Ao se
presentear com atividades extraprofissionais que lhe trazem prazer, você
ganha ânimo, energia, vitalidade – e, como consequência, fica mais
produtivo. Isso é bom para a empresa que você trabalha e melhor ainda
para você.
Felizmente, as organizações estão acordando para a
importância que é investir nas pessoas como um todo, com programas de
qualidade de vida e saúde. Elas aprenderam que capital humano feliz é
capital humano produtivo. E essa felicidade não tem mistério nem receita
pronta: cada um vai encontrar seu jeito de viver. Mas é importante
frisar: ele sempre passa pelo equilíbrio de nossas várias facetas da
vida. Portanto, tire algumas horas para ficar com “seu conselho”, ou
seja, a família. Pode ser um programa simples como caminhar no parque e
tomar um sorvete ou uma pequena viajem de fim de semana. O essencial é
conviver com as pessoas que, mesmo silenciosamente, estão torcendo
sempre por você.
Por: Marcelo Mariaca
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